No final da sessão sobre a confirmação da incompetência da 13ª Vara Federal de Curitiba para julgar o ex-presidente Lula, os ânimos se exaltaram no Supremo Tribunal Federal (STF).
O ministro Luís Roberto Barroso acusou o ministro Gilmar Mendes de “manipular a jurisdição e acha que pode ditar regra pros outros”. A fala de Barroso foi uma referência ao pedido de vista de Gilmar, realizado em 2018, no recurso que analisava a parcialidade do ex-juiz.
“Se falou em conflito de competência entre a turma e o plenário…” — disse Gilmar. “O conflito não foi entre a turma e o pleno, foi entre o relator e pleno” — retrucou Barroso. “Então eu quero também aprender essa fórmula processual” — indagou Gilmar, já irritado.
Neste momento, os ministros passaram a discutir de forma acalorada.
“Eu estou dizendo juridicamente, não precisa vir com grosserias” — falou Barroso. “Talvez isso exista no ‘Código Penal do Russo’ [referência ao ex-juiz Sergio Moro]. Aqui não!” — afirmou Gilmar. “Existe no código do bom senso” — respondeu Barroso.
A discussão continuou e o ministro Barroso, que teve o voto vencido disse o seguinte: “Vossa Excelência manipulou a jurisdição e acha que pode ditar regra pros outros. Vossa Excelência esperou a aposentadoria do ministro Celso”. “Vossa Excelência perdeu” — respondeu Gilmar, que fez parte da maioria que votou favorável a Lula.
O presidente da Suprema Corte, Luiz Fux, precisou intervir para pôr um ponto final no bate-boca. Confira: