No decorrer da sessão da CPI da Pandemia, que ocorre nesta quarta-feira (19), o general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, ouvido como depoente, se irritou com algumas perguntas feitas pelo senador Renan Calheiros, relator da comissão, acerca das tratativas do Governo Federal com a Pfizer.
“Por que vossa excelência não tomou o comando e o protagonismo dessa negociação com a Pfizer?” —indagou Renan Calheiros.
“Pela simples razão de que eu sou o dirigente máximo, sou o decisor. Não posso negociar com a empresa. Quem negocia com a empresa é o nível administrativo e não o ministro. Um ministro jamais deve receber uma empresa, o senhor deveria saber disso” — respondeu Pazuello, causando um descontentamento do relator e do presidente da CPI.
Pazuello continua: “Um ministro não pode receber empresas, não pode fazer negociação com empresa. Eu recebo o presidente da Pfizer socialmente junto com a administração. Mas a negociação é feita no nível da equipe de negociação”.
“Quem decidiu por não responder às propostas da Pfizer?” — insistiu o relator da CPI.
Neste momento, o general criticou o senador Renan Calheiros.
“Eu acho que o senhor precisa compreender a pergunta que o senhor fez. Todo mundo tá compreendendo que eu não respondi, foram respondidas dezenas de vezes. O senhor me desculpe, mas acho que está conduzindo a conversa” — disparou.
O presidente da CPI, senador Omar Aziz, saiu em defesa de Renan Calheiros e disse que Pazuello não podia questionar a atuação do relator.
O senador Marcos Rogério (DEM-RO), aliado do Planalto, entrou na discussão para defender Pazuello.
“O relator tenta induzir, ele perguntou várias vezes a mesma coisa de forma diferente para tentar induzir o depoente a produzir uma resposta, que é a que ele quer. Ele não tem o direito de fazer isso” — afirmou.
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