Bolsonaro tem poderes para revogar eventuais punições ao general Eduardo Pazuello

Segundo informações da imprensa, o general de Divisão, Eduardo Pazuello, pode ser punido pelo Comando do Exército por participar de um ato, neste domingo (24), ao lado do presidente da República, Jair Bolsonaro.

O jornal O Globo chegou a noticiar que existe uma pressão da alta cúpula do Exército para que o general, que foi ex-ministro da Saúde, passe para reserva. A ida do oficial de alta patente à manifestação no Rio de Janeiro teria desagradado (e muito) os militares.

Outro tema sensível que estaria causando atrito entre Pazuello e a caserna seria a CPI da Pandemia. Como ex-ministro da Saúde, o general foi obrigado a depor na comissão essa semana. O caso chegou a gerar um clima de tensão entre a cúpula das Forças Armadas e integrantes da CPI — Renan Calheiros, em especial.

E ontem, depois da participação do general no evento ao lado do presidente, integrantes da comissão demonstraram disposição para convocá-lo mais uma vez a se explicar na CPI.

O temor dos militares é que a presença do general em atos políticos arranhe a imagem da instituição, com uma associação indevida entre o Exército e o governo.

Mas e aí? Pazuello pode ser apenas (e simplesmente) punido pelo Exército? A resposta é não. Para além das normas da instituição, que garantem ampla defesa nesses casos, outro fator nesta equação é o presidente da República, que é Comandante-chefe das Forças Armadas. E, em face dessa prerrogativa, cabe ao presidente a palavra final, observando o ordenamento jurídico militar do país.

Como Comandante Supremo das Forças Armadas, o presidente pode eventualmente suspender decisões tomadas pelas três armas (Exército, Marinha e Aeronáutica). Portanto, uma hipotética punição do general pode ser anulada por Bolsonaro.

Read Previous

Partido Comunista do Brasil pedirá investigação contra Bolsonaro por 'propaganda negativa'

Read Next

Renan Calheiros sai em defesa de Lula e diz que em 2022 só terá 'um extremo' nas eleições