Marco Aurélio Mello, decano do Supremo Tribunal Federal, surpreendeu e criticou a condução dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, instaurada no Senado para apurar a conduta e possíveis irregularidades do governo federal no tocante a pandemia.
De acordo com o ministro, o tratamento dado por senadores às testemunhas que vão à comissão não é mais correto.
“Fico pasmo com algumas colocações, inicialmente quanto a forma de tratar [os depoentes], às vezes abandonando a urbanidade com os convocados”, declarou o magistrado durante uma entrevista concedida ao canal CNN.
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Ele acrescentou:
“Mas é o sistema, sabemos que o Senado é uma casa política, como é a Câmara, e há essa visão prospectiva visando ao êxito na eleição seguinte, onde cada qual quer aparecer mais do que o outro”, acrescentou. Na opinião do magistrado, a comissão “muito mais um palco político” do que uma comissão de investigação.
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Ademais, Marco também fez críticas ao presidente da República, Jair Messias Bolsonaro.
“Quando ele menosprezou a crise de saúde, deu um péssimo exemplo e não estimulou a população a tomar cuidados com a pandemia”, disse. Porém, ele salientou: “Mas ele foi eleito com 57 milhões de votos.”