O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio, anda preocupado com a forte presença de militares no governo Bolsonaro. Em entrevista à Rádio Eldorado, o magistrado externou essa preocupação e condenou a cada vez maior participação de militares na política.
“Os militares devem estar na caserna, nos quartéis. Eles são militares do Estado e não do governo. Aonde vamos parar?” — ressaltou o ministro do STF.
A tensão aumentou após a reação do Ministério da Defesa ao presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz, que criticou o que chamou de “lado podre” das Forças Armadas com suspeitas de corrupção no Ministério da Saúde.
Indagado sobre possíveis riscos à democracia no Brasil, Marco Aurélio respondeu que “o povo não quer golpe”.
No tocante à CPI da Pandemia, o ministro disse que é preciso tomar cuidado “para não extrapolar seus limites”, mas admitiu que “é latente a possibilidade de responsabilizar o presidente da República pelo negacionismo”.
Marco Aurélio, que conduziu em 1996 a primeira eleição com urna eletrônica, também criticou Bolsonaro pela pregação do voto impresso e auditável.
“Eu só posso imaginar que ele esteja receoso de perder a eleição” — afirmou o ministro, após garantir que o sistema eletrônico de votação não está sujeito a fraudes.