Durante evento da OAB ontem à noite, Luís Roberto Barroso, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que a Suprema corte evitou um genocídio ao vetar a campanha O Brasil Não Pode Parar, do governo federal, o STF impediu um “genocídio”.
“Num momento em que se recomendava o isolamento social, a política pública de convocação das pessoas ao trabalho e às ruas poderia produzir um genocídio, sobretudo nas comunidades pobres. E, portanto, em nome do direito à vida, e do direto à saúde, o Supremo impediu a difusão dessa campanha”, disse.
Essa é a segunda vez que um ministro do Supremo relaciona a palavra “genocídio” com a administração do governo Bolsonaro. No dia 11 deste mês, no decorrer de uma vídeo conferência, Gilmar Mendes criticou a ocupação de cargos no Ministério da Saúde por militares — principalmente a chefia da pasta, que é ocupada pelo general Eduardo Pazuello. Na ocasião, em referência aos mortos pelo novo vírus, o magistrado falou que “o Exército está se associando a esse genocídio”.
“Não podemos mais tolerar essa situação que se passa no Ministério da Saúde. Não é aceitável que se tenha esse vazio. Pode até se dizer: a estratégia é tirar o protagonismo do governo federal, é atribuir a responsabilidade a estados e municípios. Se for essa a intenção é preciso se fazer alguma coisa. Isso é péssimo para a imagem das Forças Armadas. É preciso dizer isso de maneira muito clara: o Exército está se associando a esse genocídio, não é razoável. É preciso pôr fim a isso” — disse Gilmar Mendes.
As palavras do ministro — que não atingiam apenas o governo, como também as Forças Armadas — acabaram gerando revolta no núcleo militar da administração bolsonarista.