José de Dirceu, ex-ministro de governos petistas, declarou em um texto publicado através do blog nocaute, que, após o presidente da República, Jair Bolsonaro, participar de atos favoráveis a uma intervenção militar no Brasil, “cometeu aberta e conscientemente crime de responsabilidade. Se não for detido, caminhará para o golpe”
Em seu texto, o ex-guerrilheiro chega até mesmo a defender uma aliança com a direita liberal, que de acordo com ele, rompeu com o Chefe de Estado: “A primeira pergunta é quem quer derrotar Bolsonaro? Além das esquerdas, derrotadas nas eleições presidenciais viciadas de 2018 — com o impedimento a Lula de ser candidato e o turbinamento de fake news impulsionadas pelo capital empresarial —, a oposição a Bolsonaro é engrossada, hoje, pela direita liberal, que apoiou o capitão e o projeto econômico ultra-liberal de seu ministro da economia, mas distanciou-se dele frente ao seu autoritarismo, seus ataques à democracia e às instituições, seu fundamentalismo e obscurantismo.”
Ainda de acordo com Dirceu – uma das principais personalidades do PT e da esquerda nacional – “para as esquerdas não há outro caminho. É preciso propor o impedimento de Bolsonaro e lutar por ele”. “Não se trata só de uma ameaça à democracia, mas do início de um golpe de estado, que precisa e pode ser derrotado. Esta é a hora. O país precisa de eleições gerais e de uma nova Constituição que deve vir pela soberania popular”
O ex-ministro Chefe de Casa Civil afirma ainda que a esquerda não pode ‘desprezar’ Bolsonaro, embora, na opinião dele, o mesmo estar perdendo apoio entre cidadãos e até mesmo no meio empresarial.
“Não podemos desprezar que Bolsonaro, apesar da perda de apoio entre os partidos de centro-direita, na sociedade civil e mesmo entre grandes empresários, ainda conta com forte base social, fundamentalista e politizada”. “Além das minorias agrupadas em torno de milícias, baixas patentes das Forças Armadas e um contingente expressivo das Polícias Militares” diz ele
Vale lembrar que Dirceu foi condenado à 23 anos de prisão em 18 de maio de 2016, pelos crimes de recebimento de vantagem indevida, lavagem de dinheiro e corrupção passiva na investigação da operação Lava Jato.