Em entrevista coletiva nesta segunda-feira (01), o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, fez uma série de críticas ao presidente Jair Bolsonaro e o acusou de causar confusão e “se esquivar das responsabilidades” diante do agravamento da pandemia no país.
“A intenção do presidente é causar confusão, e é a narrativa oficial de quem quer se esquivar das responsabilidades por um quadro dramático que se apresenta no nosso país, pela negação da ciência e da gravidade dessa doença, que precisa da união de todos. Infelizmente, o presidente insiste na divisão, no conflito, no confronto, quando temos um inimigo em comum que é o vírus. E poderíamos ter usado ele como fator de união nacional, mas o presidente preferiu aprofundar a divisão, gerando mortes que, sem dúvida nenhuma, poderiam ter sido evitadas” — disse o governador.
Eduardo Leite reforçou que os repasses feito pelo Governo Federal aos Estados não foi um gesto de bondade, como Bolsonaro tentou transparecer em publicações nas redes sociais, mas algo que está previsto na Constituição Brasileira.
“Os R$ 40 bilhões apresentados pelo presidente, que teriam sido repassados ao Rio Grande do Sul em 2020, misturam propositalmente valores referentes a vários compromissos, inclusive as transferências constitucionais obrigatórias. Ou seja, não tem decisão política, é uma transferência automática obrigatória. Não é algo que depende da decisão de quem está no comando do Planalto” — afirmou o governador.
No decorrer da entrevista, o líder gaúcho definiu as declarações e a postura do presidente da República ao longo da pandemia como sendo algo “desumano, egoísta e irresponsável”:
“O presidente gera muita confusão. É difícil entender a mente do presidente, ainda mais difícil entender seu coração, porque é uma questão de desumanidade, de desprezo pela vida. E choca quando vemos isso no líder da nação. Um líder na posição de presidente da República que despreza os cuidados sanitários e que provoca confusão na sua gente, infelizmente está matando. É isso que está acontecendo no nosso país neste momento” — afirmou o mandatário gaúcho.
Eduardo Leite argumentou também que “se a grande preocupação é a economia”, o presidente brasileiro deveria priorizar a imunização da população.
“Infelizmente, Bolsonaro lança dúvidas sobre a vacina e demorou para comprá-las. Que ele ouça o seu ministro da Economia, que diz justamente que o maior programa econômico para a retomada é a vacinação. Vacinar a população é o grande programa de retomada econômica. É a vacina que vão parar o vírus” — declarou o governador.
O líder gaúcho ainda afirmou que, enquanto a população não for vacinada, será necessário medidas restritivas para conter o avanço da covid.
“Fica o nosso apelo ao presidente da República, a sua equipe e aos seus militantes que fazem de forma coordenada ataques para confundir a nossa população: poupem a energia de quem está governando para defender as pessoas de ter de rebater e esclarecer mentiras que são propagadas. Precisamos focar nossa energia e tempo em tudo que puder ser feito para a pandemia, que a verdadeira inimiga” — pontuou Eduardo Leite.