O experiente jornalista Alexandre Garcia, ex-Globo e atualmente na CNN Brasil, comentou nesta segunda-feira (23) a morte de João Alberto Silveira Freitas, conhecido como Beto, assassinado por seguranças em um supermercado da rede Carrefour em Porto Alegre/RS.
Alexandre lamentou o ocorrido e frisou que este tipo de situação não é muito raro aqui no Brasil, em virtude da presença de seguranças despreparados para tratarem de crises dentro de estabelecimentos. Para ele, apesar da vítima ter dado o primeiro soco, a ação dos seguranças dentro da loja na capital gaúcha foi injustificável.
“A vítima deu o primeiro soco, mas não justificava o revide dos seguranças. Os seguranças tinham que imobilizá-lo e levá-lo para delegacia. Ponto final. Mas o agrediram tanto, e de tal forma, que o asfixiaram e o mataram” — disse.
Por outro lado, Alexandre acusou uma boa parcela de seus colegas jornalistas da mídia de tentar inventar “racismo” em cima dessas circunstâncias para nos dividir.
“[…] Terrível também é que nós jornalistas, uma boa quantidade, imediatamente, demonstrando o nosso racismo, nós pusemos na notícia como se fosse por causa de diferença de cor de pele entre os envolvidos. Ficamos imitando os Estados Unidos, que tem sim divergências raciais. Nós, ao contrário, já na Segunda Guerra Mundial, nossa tropa na Itália dava exemplo para os americanos em que nós todos eramos verde oliva. E os americanos separavam, por cor de pele, a sua tropa. E ficavam admirados como a convivência era absolutamente normal entre os brasileiros, independentemente da cor da pele, da cor dos olhos ou tipo de cabelo. Nós temos lições para dar. Mas tem gente aqui no Brasil que quer a divisão. Não é só a divisão pela cor da pele. É divisão por sexo, diferença por preferências sexuais, divisão por renda, divisão por situação dentro de uma empresa. É uma tentativa de nos enfraquecer” — afirmou.
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