Durante entrevista ao Programa 4×4, transmitida por suas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro revelou como foi a sua conversa com o ministro Alexandre de Moraes em um jantar com a presença de várias autoridades dos três poderes. Bolsonaro confirmou que teve uma conversa reservada com o ministro, e disse que Moraes falou por cerca de 90% do tempo, que foi de aproximadamente 5 minutos.
O presidente afirmou que queria saber se os dois lados podiam se entender, e acrescentou que a fala do ministro demonstrou, para ele, que o ministro não entende o seu lado. O presidente disse que sugeriu um outro encontro e afirmou: “eu quero o diálogo, o respeito à Constituição, a liberdade”.
Bolsonaro apontou que não está claro se é possível chegar a um estado de respeito à Constituição. Ele disse: “se é possível? Não sei. Eu tenho tentado todo o possível para que haja conciliação”. O presidente disse que gostaria que o Supremo pudesse ter uma boa imagem perante a população e lembrou que deveria haver um certo equilíbrio entre os poderes, sem que um poder tente se sobrepor aos outros.
O presidente lembrou que precisou assinar um decreto concedendo graça ao deputado Daniel Silveira, após um julgamento que, além de ter ilegalidades, determinou punições despropositadas. Bolsonaro lembrou que deputados têm imunidade parlamentar prevista na Constituição e essa disposição constitucional foi ignorada. O presidente apontou ainda que as punições são excessivas também nos casos que não envolvem parlamentares, citando Zé Trovão e Allan dos Santos.
O presidente alertou que, quando há pessoas “jogando fora das 4 linhas”, a situação do país se complica, e acrescentou: “e nós não queremos desaguar num país sem lei”. O presidente lembrou alguns exemplos de excessos de ministros do Supremo, apontando que toda a população sofre as consequências.
Questionado sobre os atos do ministro Alexandre de Moraes, que continua impondo punições ao deputado Daniel Silveira, apesar do decreto de graça e de manifestação contrária do Ministério Público, Bolsonaro disse: “vai chegar a um ponto final. Uma hora vai acontecer uma tragédia que a gente não quer. Todo mundo sabe o que está acontecendo”. O presidente lembrou que as ingerências do Supremo sobre o Executivo se dão em média uma vez por semana, atingindo toda a população. Ele disse: “poderíamos estar muito melhor se não tivesse tanta interferência”.
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