No dia 25 de março, a música “Envolver”, da cantora Anitta, conseguiu chegar ao topo das músicas mais tocadas mundialmente do aplicativo musical Spotify, com 6,4 milhões de execuções (4,1 milhões advindas do Brasil). Desde então, a canção vem conseguindo figurar entre as 10 mais ouvidas.
Nas redes sociais, houve uma grande campanha por conta de fãs da cantora para que a funkeira conseguisse atingir a meta expressiva. O hit, no entanto, por ter chegado ao topo por consequência de fraude no algoritmo do aplicativo, isso é o que aponta o site Rest Of World.
Foi como um rastilho de pólvora: o site Rest of World identificou mais de 100 playlists com nomes como “Envolver #1”, “Stream Envolver”, “Envolver stream party”, and “Envolver 20x”. Muitas delas diziam na descrição que o objetivo era levar Anitta ao topo. Algumas traziam mais instruções “algoritmicamente corretas”: “toque uma vez por dia, não deixe no modo aleatório e aumente o volume”.
Além disso, o ritmo da ascensão da funkeira carioca também foi calculado. O aplicativo divulga seus rankings todos os dias, e os dados foram utilizados para ampliar a campanha de forma orgânica, sem exageros. Qualquer sinal que pudesse ser interpretado como incomum poderia acionar um “sinal de alerta” no sistema, e considerá-lo injustamente o trabalho de bots, que são veementemente proibidos.
Ademais, outros dois pontos-chaves foram o apoio de celebridades e viralização nas redes Instagram e TikTok. Famosos incentivaram o “Envolver Challenge” (desafio que fãs devem imitar).
Essa manipulação das “regras do jogo” levantou debates relevantes. O jornal Folha de SP analisou que, de acordo com os dados do próprio Spotify, a grande maioria dos ouvintes de Anitta eram do Brasil, e não dos países-alvo da cantora, que lançou “Envolver” especificamente com o objetivo de consolidar uma carreira internacional.
Com a informação: Terra Brasil notícias