Na manhã desta segunda-feira (26), o presidente Jair Bolsonaro voltou a defender a implantação do voto impresso no Brasil. Sem citar nomes, ele disse que querem “fraudar” as eleições.
“Tá na cara que querem fraudar. De novo. Geralmente quem está no poder faz as artimanhas, eu tô fazendo justamente o contrário. Eleições democráticas são aquelas que você confirma o seu voto“ — disse Bolsonaro.
O presidente afirmou que a live para apresentar supostas provas de fraudes nas eleições de 2014 e 2018 poderá ser feita no Ministério da Justiça.
“Na quinta-feira (29), 19 horas, a minha live vai ser talvez lá no Ministério da Justiça. A gente vai expor todas as questões que levam a gente a ter uma eleição democrática ano que vem” — explanou. Segundo ele, ainda faltam dados a serem fornecidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas já conta com o suficiente para “demonstrar claramente” indícios de fraudes.
A declaração do presidente coloca ainda mais gasolina na relação do Executivo com o Judiciário. Vários ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), como Luís Roberto Barroso, já demonstraram serem contrários à proposta.
Há poucos dias, o ministro Edson Fachin, também integrante da Suprema Corte, afirmou que o voto impresso é “pernicioso, antieconômico e ineficaz”. Sem fazer uma citação direta, o magistrado ainda criticou o presidente. Para ele, a democracia está sendo posta em xeque por “atores políticos que almejam sequestrar o poder” das mãos dos brasileiros.
Ao tratar do voto auditável, o magistrado falou em “regime de exceção”. “Tudo isso se assenta em acusações de fraude categoricamente vazias de provas e sem respaldo na realidade” — afirmou, ao mencionar que há governantes que querem mudar as regras do jogo, sem obedecê-las.
As eleições de 2022 prometem pegar fogo e serem ainda mais cercadas de polêmicas do que as eleições de 2018.