novembro 22, 2024

Comitê da ONU quer que o Governo Bolsonaro divulgue que Moro foi parcial contra Lula

A interceptação do escritório de advocacia que defende Lula, a divulgação de grampos da Lava Jato e o impedimento do petista à disputa da Presidência em 2018 pelo TSe motivaram o Comitê de Direitos Humanos da ONU a concluir que a Lava Jato e o ex-juiz Sérgio Moro foram parciais na condução das investigações e dos processos.

O colegiado da ONU, que divulga a íntegra da decisão nesta quinta-feira (28), determinou que o governo brasileiro dê ampla publicidade às conclusões e promova a reparação de danos causados pela Lava Jato a Lula.

Na prática, entretanto, a decisão da ONU não deve trazer sanções ao País ou aos integrantes da Lava Jato, mas será usada por Lula e seus aliados para cobrar indenizações na Justiça.

De acordo com a decisão, o Brasil tem 180 dias para apresentar à ONU as medidas que tomou para cumprir as determinações. O cumprimento é considerado obrigatório, já que o Brasil é signatário do Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos e aderiu à jurisdição do Comitê.

No entanto, não há como obrigar o governo a executar as medidas. Em 2018, por exemplo, a ONU deferiu uma medida cautelar para permitir que Lula fosse candidato.

Mesmo assim, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) manteve sua inelegibilidade em razão da condenação no caso triplex.

“Embora os Estados tenham o dever de investigar e processar os atos de corrupção e manter a população informada, especialmente em relação a um ex-chefe de Estado, tais ações devem ser conduzidas de forma justa e respeitar as garantias do devido processo legal”, disse o membro do Comitê Arif Bulkan, segundo nota divulgada pela ONU.

Read Previous

Bolsonaro fala em não aceitar interferências no destino do Brasil

Read Next

Após decisão da ONU, Lula afirma que “ideal seria tirar Bolsonaro e me colocar”