novembro 24, 2024

Demissão do ministro da Defesa ocorreu por falta de um posicionamento do Exército sobre decisão do STF

De acordo com informações da colunista Andréia Sadi, da Globo, a saída do general Fernando Azevedo e Silva do comando do Ministério da Defesa foi motivada pela falta de um posicionamento do Exército sobre a decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), que anulou as condenações do ex-presidiário Lula.

O presidente da República, Jair Bolsonaro, teria cobrado uma posição pública do comandante do Exército, Edson Pujol, através do general Azevedo e Silva, até então ministro da Defesa.

O comandante do Exército teria se recusado a fazer qualquer declaração pública similar à realizada pelo general Villas Bôas, que em 2018, quando estava à frente do Exército, publicou uma mensagem no Twitter em tom de ameaça ao STF, que julgava a possibilidade de conceder um habeas corpus (HC) ao presidiário Lula, o qual se encontrava preso na época.

“Asseguro à Nação que o Exército Brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à Democracia, bem como se mantém atento às suas missões institucionais” — tuitou Villas Bôas, que depois confirmou que a declaração foi dada com a anuência do alto comando das Forças Armadas.

Segundo Andréia Sadi, essa situação acabou deteriorando a relação entre o presidente, o ministro da defesa e o comandante do Exército.

“[…] a situação entre Bolsonaro e Pujol foi ficando insustentável nas últimas semanas, quando o presidente passou a cobrar postagens nas redes sociais de defesa do governo tanto do general Fernando quanto do comandante do Exército. Nas palavras de um interlocutor dos militares, ‘um perfil parecido com o de Villas Bôas’” — escreveu a jornalista.

Na mesma linha, a jornalista Thais Oyama citou um assessor palaciano: “O presidente esperava um posicionamento e ele não veio”.

“Pujol, embora crítico da decisão que tornou Lula ficha-limpa, tomada no dia 9 de março pelo ministro Edson Fachin, se recusou a endossar qualquer manifestação pública contra ela. Seu superior imediato, o agora ex-ministro da Defesa Fernando Azevedo e Silva, por sua vez, disse ao presidente que não poderia obrigar o comandante do Exército a fazer o que ele, Bolsonaro, desejava, e que uma tomada de posição do Exército naquele momento poderia lançar as Forças Armadas num terreno perigoso”— escreveu Oyama, que é colunista do Uol.

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