Em debate, ministro Roberto Barroso e Luciano Huck alinham discurso antiBolsonaro

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), em resposta ao apresentador da Rede Globo, Luciano Huck, fez bastantes críticas de maneira indireta ao bolsonarismo e ao governo federal, em debate ocorrido nesta quinta-feira (4). Barroso disse que o país vive hoje em um “sequestro da narrativa” de quem se elegeu com um discurso anti-corrupção.

A afirmação foi proferida em uma conversa promovida pelo grupo de formação política RenovaBR. O apresentador global, por sua vez, havia indagado Barroso a respeito de como o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vai reagir a ataques à credibilidade do sistema eleitoral. O ministro então declarou que há hoje três anomalia que ferem a democracia: populismo, extremismo conservador e autoritarismo.

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Isso impacta o mundo inteiro, e o Brasil inclusive – disse o ministro.

Na opinião do ministro da Suprema Corte, o autoritarismo é uma “assombração” na América Latina.

Uma das manifestações contemporâneas do autoritarismo é a tentativa de desacreditar o processo político e colocar em dúvida a autenticidade do processo eleitoral. O Brasil está sujeito à incidência desses três fenômenos” – observou.

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Ao comentar acerca do que classificou de “tentativa de sequestro da narrativa”, o ministro asseverou que, posteriormente ao mensalão, formou-se um “arco de aliança” para desacreditar as instituições do Brasil.

“O mensalão pela primeira vez condenou políticos e empresários por crimes como corrupção ativa, passiva, peculato e lavagem de dinheiro. Foi um marco da vida brasileira. Quando o processo extrapolou o PT e chegou a mais partidos, e é essa a verdade, a determinação arrefeceu. O problema é que no Brasil do andar de cima todo mundo tem parente, amigo ou ente querido que estava metido em coisa errada. Forma-se um arco de aliança que tem representantes em toda parte, da imprensa até onde menos se espera, e começa a trabalhar para desacreditar tudo”, disse ele.

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Luciano Huck, que é ligado ao grupo RenovaBR, condenou “o não diálogo” no país ao produzir sua indagação ao governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, um nome que também é considerado potente à candidatura pelo PSDB a presidência da República.

 “Sensação que eu tenho, Eduardo, é que falta o adulto na sala, sabe? E você a meu ver tem sido uma voz ouvida no cenário nacional hoje em dia, uma voz ponderada, uma voz defendendo a sensatez no trato da gestão pública. E acho que esse é o melhor caminho” , afirmou.

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A informação é do jornal Estadão.

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