admin Nesta segunda-feira (25), o homem mais rico do mundo, Elon Musk, um famoso defensor da liberdade de expressão, comprou o Twitter por incríveis US$ 44 bilhões. A transação foi amplamente comemorada por conservadores, liberais e libertários do mundo inteiro, no entanto, há quem não tenha ficado muito feliz com isso.
Por meio das redes sociais, o influenciador Felipe Neto se uniu a várias outras vozes para lamentar a compra do Twitter pelo bilionário sul-africano. Através de uma longa nota acerca do tema, Felipe Neto chamou Elon Musk de “sujeito consideravelmente grotesco” e disse estar preocupado com os rumos da plataforma digital, que é uma das maiores do mundo.
Veja a declaração de Felipe Neto na rede social:
Um dos pontos de reflexão sobre a compra do Twitter pelo Elon Musk, na minha visão… O Twitter é uma ferramenta que, até agora, foi extremamente mal gerida. Inúmeros conflitos, dificuldade em combater crimes, imprecisão na verificação de contas, falta de transparência.
Ao meu ver, pela análise do cenário digital nos últimos 12 anos, um dos grandes problemas das redes sociais é a necessidade desesperada em apresentar números positivos para os acionistas, principalmente depois que se tornaram empresas de capital aberto.
Empresas “de muitos donos” não apresentam análises de comprometimento social para os sócios em detrimento dos lucros, elas apresentam relatórios para convencê-los, a grosso modo, de q a empresa tem seus gráficos apontados para cima. Lucro, acessos, usuários, influência.
Quando a rede social passa a se importar mais com o relatório aos acionistas do que com o impacto sócio-cultural, o desastre se intensifica, como estamos vendo acontecer diariamente nos últimos anos. Pq o Facebook faz o q faz? Pq não pode desagradar aos acionistas.
A compra do Elon Musk muda esse cenário radicalmente no Twitter. Da noite pro dia, não há mais nenhum sócio a ser agradado além dele próprio. O que isso pode significar para a plataforma? Essa é a pergunta q o mundo agora tenta responder, mas vamos ter q esperar pra ver.
Por ser o Elon Musk, um sujeito consideravelmente grotesco, que se acha super engraçado por comparar o Bill Gates (um senhor de idade) com um emoji de um homem trans grávido (dizendo: “pra quem precisar perder uma ereção”), a gente já presume o pior.
Além disso, há também o debate mais profundo sobre o perigo de se ter uma ferramenta de comunicação tão poderosa nas mãos de um único homem. Problema esse q já acontece em tds os lugares. Vale lembrar q Jeff Bezos é o atual dono do Washington Post!
Analisando como influenciador, acredito q o Twitter deve apresentar melhorias tecnológicas consideráveis. Analisando como empresário, acredito q Musk vai perder o tesão em gerir a plataforma em relativamente pouco tempo (e seria o melhor a acontecer).
Agora, analisando como alguém q luta pela educação digital, tenho pânico em pensar o q Musk fará em nome da tal “liberdade de expressão acima de tudo”. Esse é o ponto crucial. Quantos passos pra trás será q o Twitter pode dar nesse tema? Eu acredito que muitos.
Eu espero, do fundo do coração, que Musk perca o interesse nesse brinquedinho novo em pouco tempo, e contrate pessoas capacitadas para gerir a plataforma, alinhadas com as boas práticas que o mundo inteiro está defendendo no sentido de bom senso com a liberdade de expressão.
No fim, teremos que esperar pra ver. Tudo agora é especulação, até mesmo o q o próprio Musk fala, pq já dá pra ver q ele solta palavras ao vento. Exemplo: “vamos acabar com os robôs no Twitter ou morreremos tentando” – não vai acontecer nem uma coisa, nem outra.
Por fim, vamos descobrir na prática o q acontece qnd se tira uma rede social do capital aberto e a coloca com um único dono novamente. Isso será, no mínimo, interessante de analisar.
– E também, é claro, o mundo dá mais um passo rumo à concentração absoluta de poder nas mãos de cada vez menos pessoas. Isso, pra mim, é o fator mais preocupante de toda essa movimentação digital. O mundo tem donos. E são cada vez menos.
