novembro 24, 2024

Militares estão dedicados na campanha por reeleição do presidente Jair Bolsonaro

Embora, por vezes, reclamar dos percalços do cargo que está atualmente, o presidente Jair Bolsonaro pode já estar se articulando para se preparar para as eleições de 2022. Um dos grupos que prestam suporte ao mandatário, o dos militares, já tem, inclusive, procurado estratégias para tentar pavimentar o caminho rumo à recondução. O bloco salienta, porém, que o presidente necessita trazer moderação ao seu discurso, esquecer as picuinhas e investir na recuperação econômica do país.

No período de pré-eleição no Congresso, o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, ajudou na articulação com o Centrão para que os aliados do Planalto saíssem vitoriosos da corrida pelos comandos da Câmara e do Senado — mirando a aprovação de pautas de interesse do Executivo. Na semana passada, em entrevista ao Estado de S. Paulo, o general relatou não ter se arrependido da aliança com o grupo de parlamentares, apesar do mal-estar causado entre os militares. Ramos alegou que “não se envergonha” e que os oficiais da ativa das Forças Armadas entendem o “momento político” pelo qual passa o governo.

No decorrer do governo de Jair, porém, alguns militares deixaram o Planalto disparando críticas contra o presidente, caso de Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria de Governo, e Rêgo Barros, ex-porta-voz da Presidência.

“Conheço muitos militares que não votaram no Bolsonaro quando era deputado e continuam não votando. As Forças Armadas não são um bloco único”, disse um oficial sob a condição de anonimato. “A preocupação é de que haja descolamento político das Forças Armadas em relação ao governo. Os governos passam, e as FAs continuam. Existe essa preocupação com a imagem.”

Ele chamou a atenção, no entanto, para as chances de reeleição, mas que, para isso, o presidente deve melhorar em, pelo menos, dois aspectos: a economia e a comunicação.

O governo se comunica mal, se articula mal para divulgar informações, e as de relevância, sobre o que o governo faz, acabam não chegando. Bolsonaro terá como desafio moderar o comportamento e a dificuldade em se comunicar. A reeleição também vai depender muito da economia”, observou.

Para manter o apoio dos militares, Bolsonaro retoma bandeiras como a aprovação do excludente de ilicitude, espécie de salvaguarda jurídica para militares que, porventura, matarem em serviço. O item consta na lista de 35 projetos prioritários enviados pelo Planalto ao Congresso.

Fonte: Correio Brasiliense

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