Na manhã desta segunda-feira (19), o presidente Jair Bolsonaro insinuou que pode desistir de disputar a reeleição caso o Congresso Nacional não aprove o uso do voto impresso auditável no próximo pleito eleitoral.
Em declaração feita a apoiadores, em frente ao Palácio do Alvorada, o mandatário afirmou que “eleição sem voto auditável não é eleição, é fraude”.
Bolsonaro disse ainda que os votos das urnas eletrônicas serão auditados dentro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), “de forma secreta” e “pelas mesmas pessoas que liberaram o Lula [ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva] e o tornaram elegível”.
“Olha, eu entrego a faixa para qualquer um, se eu disputar eleição…” — deixou no ar Bolsonaro. “Agora, participar dessa eleição com essa urna eletrônica…” — completou, dando a entender que pode não concorrer à reeleição se não houver a mudança.
O chefe do Executivo ainda acusou o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do TSE e membro do STF, de interferir no Parlamento para impedir a aprovação do voto impresso.
“Eu não posso, de acordo com o artigo 85 da Constituição, interferir no legislativo. O Barroso foi para dentro do parlamento fazer reunião com parlamentares e o que vários líderes fizeram? Trocaram os parlamentares para votar contra o voto impresso, o voto auditável. Agora, eleições não auditáveis isso não é eleição. É fraude” — afirmou.
O presidente da República ainda citou um hacker mineiro, o qual disse recentemente que o sistema eleitoral brasileiro é passivo de manipulação.
“Não tem um hacker preso em Minas Gerais? Ele está preso por quê? Porque invadiu o TSE. O Barroso não disse que o TSE é inviolável? Ele está preso por quê? Ele não cometeu crime? As evidências são tão claras, só não entende quem não quer” — declarou o mandatário.