Aliados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores, enxergam que o petista não deve participar de debate público provocado pelas críticas do atual mandatário, Jair Bolsonaro, no que tange ao sistema eleitoral. A campanha do petista crê que Jair ganha espaço no momento em que Lula repercute suas polêmicas e a “resposta institucional deve vir e tem vindo do Judiciário”.
A estratégia do PT é não se deixar capturar pelas pautas impostas por Bolsonaro, e não inflar a ideia de que existe uma tentativa de golpe em curso. A avaliação é de que o presidente “se alimenta politicamente de confusões e joga com o medo”.
No entanto, apesar do tema não ser discutido de maneira pública, nos bastidores aliados de Lula concentram-se em manter diálogo com militares e construir uma coalizão de vozes que aceitem defender publicamente o sistema eleitoral.
“O maior desafio da campanha não é ter maioria de votos, é construir um ambiente que legitime essa maioria”, comentou o ex-governador do estado do Maranhão, Flávio Dino.
Rui Falcão, deputado federal e também responsável por coordenar a campanha de Lula, defende a ideia de que o pré-candidato do PT se concentre nas pautas econômicas.
“Temos um foco: acompanhar as demandas para reconstruir o país. É isso que está mobilizando as pessoas e essa é nossa pauta. Temos que nos concentrar nisso”, disse.
No entanto, parlamentares da linha de frente da campanha de Lula – o deputado Paulo Teixeira (PT) e o senador Randolfe Rodrigues (Rede) – pretendem visitar o TSE na próxima semana para dar uma declaração de confiança no processo eleitoral brasileiro.