Ministro do STF diz que Câmara “tem que tocar” pedidos de impeachment de Bolsonaro

Nesta quinta-feira (07), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio, disse que a Câmara dos Deputados “tem que tocar” os pedidos de impeachment de Jair Bolsonaro. A declaração foi dada ao site Metrópoles.

“Observada a organicidade, tem de tocar as denúncias apresentadas. A não ser que elas sejam manifestamente improcedentes, aí se arquiva. (…) Que o plenário decida, que os representantes do povo brasileiro — os deputados federais — decidam, recebendo ou não a denúncia contra o presidente da República. E que haja, posteriormente, o julgamento no Senado, pelos representantes dos estados brasileiros” — afirmou o ministro do STF.

“Não avançamos culturalmente quando apoiamos do poder um presidente da República. A repercussão internacional é péssima. Agora, evidentemente, há de se submeter o pedido ao colegiado: é a organicidade do nosso direito. Mas o presidente foi eleito com 57 milhões de votos, foi uma opção” — finalizou.

O magistrado, que tem data marcada para deixar a Suprema Corte, ainda disse que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), poderia ser responsabilizado por não dar prosseguimento ao rito processual dos pedidos de impeachment.

“E aí se apurar e haver o julgamento. Mas, pelo visto, os próprios deputados percebem que não se tem o indispensável apoio para chegar-se ao impedimento do presidente da República” — concluiu Marco Aurélio.

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