A revelação de que um comandante regional da Polícia Militar de São Paulo fez declarações públicas em apoio à manifestação marcada para o próximo dia 7 de setembro acendeu uma luz amarela para os governadores. O ato anda sendo convocado por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro e tem encontrado bastante eco dentro dos quartéis militares.
Na reunião dos chefes dos poderes executivos estaduais, ocorrida nesta segunda-feira (23), o papel da Polícia Militar diante da crise política que o país atravessa foi tema central do encontro.
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB), elogiou a atitude de Doria em afastar o comandante da PM e comparou o clima político de hoje com o de 1964, quando houve uma contra revolução encabeçada pelos militares, resultando em um regime que perdurou por 21 anos.
“Esse clima que se avizinha para o 7 de Setembro não se insere na democracia. Pessoas armadas na rua é motim. Agiu muito bem o governador Doria — disse Dino.
Os militares estaduais compõem uma das principais bases de apoio ao chefe do Poder Executivo Federal. No ano passado, por exemplo, governadores chegaram a ser avisados de que, entre eles e Bolsonaro, os PMs ficam com o presidente.